Empresária admite pagamento de propina
09:13:38
Da Folha de S. Paulo deste sábado (27): Uma empresária admitiu pela primeira vez à Polícia Federal que pagou propina de R$ 150 mil ao esquema do mensalão do DEM para conseguir que o governo de José Roberto Arruda (sem partido) liberasse pagamentos congelados. A Folha teve acesso ao depoimento prestado em 27 de janeiro por Nerci Soares, filmada entregando o dinheiro ao delator do mensalão Durval Barbosa. A representante da Unirepro usa expressões como “extorsão” e “pressão” para classificar a negociação feita com Barbosa. Segundo ela, os R$ 150 mil representavam cerca de 10% dos pagamentos que o governo do DF devia a Unirepro. Ela já havia sido demitida pela Unirepro quando falou com a PF.
A empresária é dona da empresa Nerci SS Informática, que prestava serviços e era a responsável pela área comercial da Unirepro em Brasília. Nerci estava com problemas para conseguir os pagamentos atrasados de contratos da Unirepro com o governo - em especial nas secretarias de Educação e da Saúde. Segundo o depoimento, a empresária foi informada por pessoas do setor de informática do governo que “deveria conversar com Durval para tentar resolver os problemas com os atrasos”. Nerci diz também que sabia que “havia empresas em pior situação”. ”A declarante agiu assim [pagando Barbosa] porque queria receber os pagamentos em atraso, não tendo encontrado outra forma para tal”, diz o depoimento colhido pela PF.
Oficialmente, Durval Barbosa era secretário de Relações Institucionais e não tinha controle sobre despesas do governo Arruda. Segundo Nerci, Barbosa disse que “tais atrasos estavam ocorrendo em razão da Unirepro não ter se “adequado” ao sistema de trabalho na área de informática do governo”. No primeiro encontro, em 2008, Barbosa teria pedido propina e a Unirepro negou. Em setembro de 2009, quando Barbosa já colaborava com a Justiça, a empresária o procurou de novo. Ela deu então R$ 150 mil ao operador do mensalão, encontro filmado por Barbosa e entregue à Justiça. Segundo o depoimento, Nerci fez o pagamento sem autorização da Unirepro, com parte do dinheiro das comissões que ganhava. Disse que temia que os atrasos levassem a Unirepro a fechar a filial em Brasília.
A Folha teve acesso às tabelas de Barbosa com os valores dos contratos de informática do governo. Segundo ele, era um controle da propina a ser cobrada de cada empresa. A Unirepro aparece com R$ 1,6 milhão em ordens bancárias.
A Folha apurou que entre a empresária ter dado R$ 150 mil a Barbosa e a Operação Caixa de Pandora, a Unirepro recebeu R$ 2,6 milhões do governo. Destes, pelo menos R$ 2 milhões foram da Secretaria de Educação. A Secretaria de Saúde liberou o pagamento de R$ 816 mil no dia 10 de fevereiro, véspera da prisão de Arruda. A empresária também isentou o deputado federal Augusto Carvalho (PPS-DF), que aparece no vídeo de Durval Barbosa.
A assessoria do governo do Distrito Federal disse que José Roberto Arruda não é mais governador e, portanto, não pode responder sobre eventuais atrasos em pagamentos da gestão anterior. Nélio Machado, advogado de Arruda, não respondeu às ligações da Folha. Por diversas vezes, contudo, Machado desqualificou as denúncias feitas por Durval Barbosa, delator do mensalão e ex-secretário de Relações Institucionais do governo Arruda. Segundo o advogado, Barbosa é “um assíduo frequentador do banco dos réus”. Ele sempre afirmou que Barbosa não tinha controle de despesas no governo de Arruda e que agia sozinho.
O advogado de Nerci Soares, Amauri Serralvo, não quis comentar o depoimento, alegando segredo de Justiça. Ele assina o documento feito pela Polícia Federal. A assessoria da Unirepro não quis responder às perguntas da Folha. No depoimento à Polícia Federal, Nerci diz que entregou os R$ 150 mil sem informar a Unirepro.
Fonte: Blog Paola Lima
Da Folha de S. Paulo deste sábado (27): Uma empresária admitiu pela primeira vez à Polícia Federal que pagou propina de R$ 150 mil ao esquema do mensalão do DEM para conseguir que o governo de José Roberto Arruda (sem partido) liberasse pagamentos congelados. A Folha teve acesso ao depoimento prestado em 27 de janeiro por Nerci Soares, filmada entregando o dinheiro ao delator do mensalão Durval Barbosa. A representante da Unirepro usa expressões como “extorsão” e “pressão” para classificar a negociação feita com Barbosa. Segundo ela, os R$ 150 mil representavam cerca de 10% dos pagamentos que o governo do DF devia a Unirepro. Ela já havia sido demitida pela Unirepro quando falou com a PF.
A empresária é dona da empresa Nerci SS Informática, que prestava serviços e era a responsável pela área comercial da Unirepro em Brasília. Nerci estava com problemas para conseguir os pagamentos atrasados de contratos da Unirepro com o governo - em especial nas secretarias de Educação e da Saúde. Segundo o depoimento, a empresária foi informada por pessoas do setor de informática do governo que “deveria conversar com Durval para tentar resolver os problemas com os atrasos”. Nerci diz também que sabia que “havia empresas em pior situação”. ”A declarante agiu assim [pagando Barbosa] porque queria receber os pagamentos em atraso, não tendo encontrado outra forma para tal”, diz o depoimento colhido pela PF.
Oficialmente, Durval Barbosa era secretário de Relações Institucionais e não tinha controle sobre despesas do governo Arruda. Segundo Nerci, Barbosa disse que “tais atrasos estavam ocorrendo em razão da Unirepro não ter se “adequado” ao sistema de trabalho na área de informática do governo”. No primeiro encontro, em 2008, Barbosa teria pedido propina e a Unirepro negou. Em setembro de 2009, quando Barbosa já colaborava com a Justiça, a empresária o procurou de novo. Ela deu então R$ 150 mil ao operador do mensalão, encontro filmado por Barbosa e entregue à Justiça. Segundo o depoimento, Nerci fez o pagamento sem autorização da Unirepro, com parte do dinheiro das comissões que ganhava. Disse que temia que os atrasos levassem a Unirepro a fechar a filial em Brasília.
A Folha teve acesso às tabelas de Barbosa com os valores dos contratos de informática do governo. Segundo ele, era um controle da propina a ser cobrada de cada empresa. A Unirepro aparece com R$ 1,6 milhão em ordens bancárias.
A Folha apurou que entre a empresária ter dado R$ 150 mil a Barbosa e a Operação Caixa de Pandora, a Unirepro recebeu R$ 2,6 milhões do governo. Destes, pelo menos R$ 2 milhões foram da Secretaria de Educação. A Secretaria de Saúde liberou o pagamento de R$ 816 mil no dia 10 de fevereiro, véspera da prisão de Arruda. A empresária também isentou o deputado federal Augusto Carvalho (PPS-DF), que aparece no vídeo de Durval Barbosa.
A assessoria do governo do Distrito Federal disse que José Roberto Arruda não é mais governador e, portanto, não pode responder sobre eventuais atrasos em pagamentos da gestão anterior. Nélio Machado, advogado de Arruda, não respondeu às ligações da Folha. Por diversas vezes, contudo, Machado desqualificou as denúncias feitas por Durval Barbosa, delator do mensalão e ex-secretário de Relações Institucionais do governo Arruda. Segundo o advogado, Barbosa é “um assíduo frequentador do banco dos réus”. Ele sempre afirmou que Barbosa não tinha controle de despesas no governo de Arruda e que agia sozinho.
O advogado de Nerci Soares, Amauri Serralvo, não quis comentar o depoimento, alegando segredo de Justiça. Ele assina o documento feito pela Polícia Federal. A assessoria da Unirepro não quis responder às perguntas da Folha. No depoimento à Polícia Federal, Nerci diz que entregou os R$ 150 mil sem informar a Unirepro.
Fonte: Blog Paola Lima
BLOG DO SOMBRA
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