Goiás: Iris Rezende lança candidatura ao governo de Goiás com belo discurso e ataques ferrenhos a Marconi.


Iris dá largada com ataque a Marconi

Com discurso em que buscou justificar sua saída da Prefeitura de Goiânia com quase três anos de mandato pela frente e no qual desferiu ataques aos governos do senador Marconi Perillo (PSDB), o prefeito Iris Rezende (PMDB) confirmou ontem sua pré-candidatura ao governo do Estado. Iris já renuncia ao cargo amanhã e o transmite para seu vice, Paulo Garcia (PT), em solenidade no Paço Municipal.

“Se a situação do Estado fosse boa eu não deixaria a Prefeitura para ser governador simplesmente, até porque já fui (governador). Mas não sou eu que estou aí a proclamar o que fizeram ao Estado. Foi o governador (Alcides Rodrigues, PP) quem teve a coragem cívica de mostrar os desatinos, os verdadeiros desaforos praticados desde que o governo saiu das mãos do PMDB”, atacou Iris, mostrando clara tendência de poupar a base governista e concentrar os ataques nos tucanos.

Iris justificou sua desincompatibilização do cargo também pela “insistência dos companheiros” e alegou sentir um desejo popular para que dispute o governo. “Eu estaria traindo o povo e negando meu passado se ficasse mais três anos na Prefeitura. É por isso que me atiro com vocês nessa luta”, disse aos militantes presentes ao evento.

Iris alegou que “abriu as portas do PMDB” para que outro nome competitivo surgisse para concorrer ao governo – numa referência velada ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles –, mas que a candidatura do grupo acabou voltando para ele. Aposta agora em na postulação de Meirelles ao Senado para fortalecer sua chapa.

O prefeito citou diversas vezes Deus em seu discurso e disse que sua saúde era um sinal de que deveria enfrentar a eleição. “Refletindo nesses últimos dias, um tanto quanto confuso, pensei: ‘Ô Iris, por que Deus te fez chegar aos 76 anos de idade com uma vitalidade de 40?’”, contou, citando trecho bíblico para dizer que trocaria uma situação confortável por uma incerteza. “Não seriam três anos na Prefeitura, diante de um clamor como esse (pela candidatura), que fariam eu me amarrar nesse conforto.”

O ato de confirmação da pré-candidatura de Iris reuniu cerca de 3 mil pessoas no Master Hall, em Goiânia. A organização divulgou uma lista que contabilizava a presença de 69 prefeitos, incluindo PMDB, PT, PSC e até de partidos adversários como DEM e PTB. Participaram também deputados e dirigentes dos partidos que já fecharam com Iris (PT, PC do B, PSC e PRP, além de PMDB), assim como membros de legendas que discutem a aliança com o peemedebista, como PDT, PRB e PRTB.

Antes do ato, aliados do prefeito fizeram uma espécie de concentração no Paço Municipal. Iris se reuniu também com a bancada federal do PMDB para tentar desfazer o mal-estar entre ele e os deputados federais. Se comprometeu a não interferir diretamente na disputa em favor da deputada federal Iris Araújo, maior motivo de reclamação da bancada. Dos cinco deputados federais do PMDB, apenas Luiz Bittencourt, crítico mais contundente a Iris no partido, não compareceu ao ato.

Iris chegou e saiu do Master Hall carregado pela militância. No local estavam pregadas faixas cutucando os adversários, dizendo que havia “acabado o tempo do marketing em Goiás”, e que abria-se o “tempo das máquinas”. Eram também distribuídos adesivos como “Goiás quer a volta dele”, seguido do 15, número do PMDB.

A confirmação de que o prefeito concorrerá ao governo encerra de vez um período de 15 dias de incerteza no PMDB sobre quem encabeçaria a chapa majoritária. Após o partido pressionar para que Meirelles decidisse logo seu projeto, precipitando em fevereiro sua desistência de disputar o governo, a pré-candidatura de Iris sofreu um revés.

O prefeito levantou no início deste mês a dúvida sobre sua disposição de ser candidato, alegando ter dificuldade de deixar o Paço. Queria na verdade obter a segurança de que representaria o projeto do presidente Lula em Goiás e tentou forçar a união da base do governo estadual ao seu projeto. Não conseguiu o apoio de Alcides para o primeiro turno, mas teve a sinalização de Brasília de que seu palanque contará com o respaldo do Palácio do Planalto.

O recuo momentâneo do prefeito também serviu para criar um clima de urgência e provocar o apelo dos aliados por sua candidatura. Foi definida, segundo Iris, após prefeitos e deputados do PMDB terem ido ao Paço Municipal pedindo que ele entrasse na disputa. Mas antes ele já havia confirmado a aliados mais próximos que se desincompatibilizaria do Executivo. Informações de O Popular.

Da Redação, Blog em 31/03/2010 - 07:12:37
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