Nos tempos de Roriz, como era diferente...


QUATRO MESES DE PANDORA

O segundo governo Roriz (1991 a 1994) foi o primeiro em que o goiano Joaquim foi eleito em Brasília, no primeiro turno. Fortalecido, ele decidiu fazer um secretariado em nível de ministério, que tinha Everardo Maciel, Washington Novaes, o ex-ministro da Saúde e da Educação Carlos Santanna, Fernando Lemos, Newton de Castro, Stela dos Cherubins, José Roberto Arruda (começando, com grande garra), o coronel Brochado (melhor secretário de Segurança que já vi no Brasil), etc, com Márcia Kubitschek como vice.

Fui secretário do Trabalho durante os quatro anos desse governo e presidente do Fórum Nacional de Secretários do Trabalho. E acumulei por algum tempo funções em duas outras secretarias: Administração e Serviço Social.

Trabalhávamos muito bem no Buriti e na Residência de Águas Claras, de onde saíram decisões importantes para o DF. Lembro de Newton de Castro explicando como seria o viaduto Ayrton Senna, na saída da Estrutural. Lembro do florista de Brasília, Ozanam Coelho, explicando a Roriz como seriam os canteiros de flores que hoje encantam Brasília. Lembro do próprio Arruda convencendo todos nós da importância do Metrô (e ele tinha razão).

Por isso, fiquei chocado quando soube que, há exatos quatro meses, no dia 27 de novembro de 2009, a Polícia Federal invadiu a Residência de Águas Claras, iniciando a Operação Caixa de Pandora, que resultou na queda do governador Arruda, do vice Paulo Octávio e do presidente da Câmara Legislativa do DF, Leonardo Prudente.

O ex-ministro Carlos Santanna já morreu. Tenho certeza que os outros grandes nomes do segundo governo Roriz que estão vivos tiveram sensação igual à minha: como conseguiram deixar a Residência de Águas Claras apodrecer tão gravemente?

Não venham dizer que estou defendendo Roriz. Sei que no terceiro governo e no quarto governo dele o nível de “ministério” virou piada. Houve, então, toda a base para que José Roberto Arruda transformasse Águas Claras e o novo Buritinga num covil.

Espero que o novo governo (quando houver) comece a trabalhar imitando aquele gesto suspeito de Arruda e implodindo esses dois símbolos da corrupção: Águas Claras e Buritinga.

Vamos apagar esse passado tenebroso, construindo uma nova relação política para os próximos 50 anos. Nos primeiros 50 anos, todos nós – por falsa vigilância – conseguimos jogar tudo fora.
BLOG DO RIELLA

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