O chefão: Segundo relatório final da Polícia Federal, Arruda chefiava quadrilha no GDF.


Arruda chefiava quadrilha, diz PF
em 24/08/2010 às 13:38

A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito gerado com a Operação Caixa de Pandora e apontou: o ex-governador José Roberto Arruda (sem partido) seria um chefe de uma organização criminosa, responsável pelo desvio de recursos públicos por meio de empresas contratadas pelo governo.

De acordo com o jornal “O Estão de São Paulo”, o esquema de corrupção do GDF envolvia integrantes do governo, deputados distritais e empresários. Ainda segundo a reportagem, a PF mostra ainda que havia divisão de tarefas no grupo.

Planilhas apreendidas no escritório de José Geraldo Maciel, ex-chefe da Casa Civil, citam os pagamentos de propina para distritais votarem a favor do projeto que mudou o Plano Diretor de Ordenamento Territorial, o Pdot, em dezembro de 2008.

Foi o que disse o delator Durval Barbosa, em depoimento ao Ministério Público: cada parlamentar teria recebido R$ 420 mil para aprovar o Pdot. O dinheiro veio de empresas que tinham contratos com o GDF.

De acordo com o jornal, numa planilha intitulada "Pdot", aparecem nomes de distritais que são candidatos, e ex-secretários do GDF. Nem todos os descritos no documento, contudo, estavam na Câmara Legislativa durante a votação – alguns parlamentares ocupavam cargos de secretário na época. O projeto foi aprovado com 18 votos favoráveis, 5 contrários e uma ausência.

A toque de caixa

O Plano Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot) chegou à Câmara Legislativa em novembro de 2006. Dois anos depois de tramitar no Legislativo, os distritais elaboraram um substitutivo, aprovado por 18 votos favoráveis em 13 de dezembro de 2008, quando foram analisadas 305 emendas a toque de caixa, em apenas uma madrugada. Descobriu-se depois uma série de artigos prevendo mudança de gabarito sem estudo prévio. O problema foi apontado na época pela própria equipe técnica do governo.

Durante o tempo em que esteve na Câmara, o projeto passou por três comissões permanentes, com poder de sugerir alterações: Assuntos Fundiários, Constituição e Justiça e Meio Ambiente, com a participação direta de seus presidentes à época, Benício Tavares (PMDB), Eurides Brito (PMDB) e Batista das Cooperativas (PRP), respectivamente. Em 17 de março do ano passado, os distritais aprovaram a redação final do Pdot também por 18 votos.

O Ministério Público tentou evitar a conclusão do Pdot sem que o GDF incluísse antes o memorial descritivo detalhando em planilhas as alterações previstas na proposta. Mas o Pdot acabou sendo votado sem as ressalvas dos promotores.

BLOG DO LÍVIO DI ARAÚJO

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