Benedito Domingos (PP), candidato a reeleição a deputado distrital, dá entrevista onde fala de suas realizações e do que pretende fazer como parlamentar.


Trabalho pelo DF
em 27/09/2010 às 10:01

O deputado distrital Benedito Domingos (PP) é um pioneiro de história em Brasília. Com mais de 40 anos de história na política, Bené, como é chamado pelos amigos, que disputa a reeleição na Câmara Legislativa, é um dos amantes de Taguatinga, cidade que o acolheu quando chegou na Capital Federal. Mas ele faz questão de frisar: “Trabalho para toda a população do DF, não apenas de Taguatinga”. Aos 76 anos, o mineiro Benedito Domingos avisa que esta é sua última campanha. Até por isso, a lista das coisas que pretende fazer pela cidade é grande. E competência, Bené já mostrou que tem...

Por que um novo mandato?

Tudo na vida é uma construção. Então, você faz a construção de seu patrimônio e na vida política também. Tijolinho por tijolinho ao longo dos anos. Comecei em 1965. Passei pela Câmara dos Deputados, pelo Governo do Distrito Federal e pela Câmara Legislativa. Tenho disposição e, embora já tenha feito muita coisa por essa cidade, ainda há muito para ser feito.

Do que já foi feito, qual o maior orgulho?

Tudo me orgulha, graças a Deus. É minha a lei que proíbe fumar em avião. Construí o Estádio Serejinho, em Taguatinga, asfaltei quadras, construí a Avenida das Palmeiras, fiz reforma no centro da cidade, assim como é de minha autoria a mudança de gabarito em Taguatinga. Em 1987, quando assumi a Shis, o BNH havia falido e aprovamos uma resolução no Conselho da Shis para que o governo não desse mais casas, e sim lotes. Logo depois, Roriz entrou e retirou as favelas do Plano Piloto. Fui vice governador e também responsável por muitas emendas que beneficiaram a maior parte das cidades do Entorno até hoje. Muita gente esquece, mas a Lei Orgânica do DF diz que nós temos responsabilidade com o Entorno.

O senhor citou asfalto, moradia, Entorno. Há, da sua parte, uma preocupação maior com o social?

Brasília tem problemas muito sérios na área social. O Sol Nascente é metade de Ceilândia, e é uma favela. Tem que asfaltar, legalizar, organizar, botar esgoto, águas fluviais, transporte, posto de saúde, creche. E temos que ajudar. O discurso da crítica é muito fácil, mas só usa esse discurso aqueles que vivem no primeiro mundo e têm como eleitores os maiores contracheques da capital. Aqui, ainda tem muita gente que vive no terceiro mundo. Político que só critica quem ajuda os mais humildes é porque nunca teve quem batesse em sua porta pedindo um botijão de gás, depois de chegar em casa cansado de procurando emprego e a mulher dizer: “Caesb cortou a água”. Na hora de refogar um arroz, acabou o gás. Todo dia eu vejo isso. E eu dou. Eu entendo, eu dou, porque eu já passei por isso.

O senhor também é considerado o “Pai do Taguaparque”, mesmo com outros “pais” que teimam em levar louros sobre a implantanção do local...

O Pitimam e o Doutor Charles. O Pitimam até ajudou, porque era presidente da Novacap na época, mas o Charles? Só discurso.

O problema da escritura falsa foi resolvido?

Sim. Eu assumi a responsabilidade. Eu comprei uma briga homérica para que o Taguaparque fosse uma realidade, desmascarei grileiro e até juiz. Imagine, uma escritura datada de 1920 e uma pessoa vendendo 25 hectares daquelas terras que, segundo o documento, faziam parte de uma fazenda que tinha divisa com o Pistão Norte. Tenha a santa paciência, em 1920, Brasília nem pensava em existir, quanto mais o Pistão Norte. Tomamos posse da área e hoje o parque é uma realidade.

Como administrador, muitas realizações e ganhos para várias cidades, principalmente para Taguatinga, e como deputado, alguma “zanga”?

Tentaram sujar meu nome. Isso me chateou. A minha vida é simples, meu patrimônio inteiro, de 52 anos, não compra uma mansão no Lago Sul. Não sou miserável, mas levo uma vida simples. Jamais recebi um centavo do senhor Durval Barbosa. Aliás, eu fui administrador de Taguatinga a maior parte do governo Arruda, nem na Câmara eu estava...

Por que seu nome apareceu?

Não sei. Assim como não sei também se é possível uma pessoa dar R$ 6 milhões para um adversário de seu próprio irmão e deixar o irmão a ver navios, sem nenhum centavo. Fica a pergunta. É possível?

O que o senhor ainda pretende fazer como político?

Esta será a última vez em que disputarei um cargo político. Depois, é a hora de parar. Mas até lá, são quatro anos em que quero lutar pela instalação de um Centro Cultural dentro do Taguaparque. Um local com palco para shows e teatro, salas de dança, um grande centro de cultura para a cidade. O Oscar Niemeyer até prometeu fazer o projeto, sem cobrar nada, mas ainda não fez. Seria a segunda obra do arquiteto fora do Plano Piloto, além da Casa do Cantador, em Ceilândia. Cidades carentes do DF também precisam muito de ações do Legislativo e do Executivo. Ainda há muito o que fazer me Brasília. Principalmente na área social.

Entrevista publicada no Jornal Alô Brasília na edição de 27 de setembro de 2010
BLOG DO LÍVIO DI ARAÚJO

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