Na falta de propostas...ataques: No debate da TV Record, de ontem à noite, os candidatos ao GDF trocam propostas por ataques mútuos.


Ironias e ataques em debate
em 21/09/2010 às 01:54

Os quatro principais candidatos que disputam o Governo do Distrito Federal (GDF) se enfrentaram na noite de ontem em mais um debate, desta vez, promovido pela Rede Record. O evento aconteceu no Memorial JK e contou com a presença de Agnelo Queiroz (PT), Joaquim Roriz (PSC), Toninho (PSol) e Eduardo Brandão (PV). Em mais de 2 horas de evento – apresentado pelo jornalista Luiz Carlos Braga – quase nenhuma novidade além do que os candidatos já haviam dito anteriormente. Mas muita ironia e ataques entre eles. O foco principal do debate foi mesmo o julgamento de Roriz, marcado para acontecer amanhã (22) no Supremo tribunal Federal (STF), e a aliança formada pelo petista para a disputa do governo.

Conhecido pela sua má atuação em debates, o candidato Joaquim Roriz foi o responsável pelos momentos mais irônicos do programa. Provocou risos na platéia e até nos próprios candidatos. Assim como fez no último debate, promovido pelos Diários Associados, contou com a ajuda de Toninho do Psol para dizer o que gostaria que o espectador do debate soubesse. Agradeceu ao candidato do Psol várias vezes e elogiou a atuação do adversário. “Se eu tiver que perguntar, só perguntarei para você, Toninho”, disse, levando a plateia ao riso. Embora o candidato do Psol tenha destacado ser adversário político de Roriz e ser contrário ao registro de sua candidatura na disputa, atacou a aliança do PT com o PMDB e o próprio PT, como sugeria Roriz em suas perguntas.

Agnelo estava mais nervoso que nos debates anteriores e várias vezes fugiu das perguntas. Não respondeu, por exemplo, o por que de não ter retornado ao Ministério dos Esportes, quando perdeu a eleição para Roriz, em 2006, em que ambos disputaram a vaga para o Senado. A pergunta feita por Eduardo Brandão ficou sem resposta. E bem que o candidato tentou arrancar, na réplica, uma resposta do petista, que na tréplica, desconversou mais ainda. Agnelo também foi ironizado por Roriz. “Não sei porque o Agnelo fica nervoso. Não vou te atacar, viu Agnelo? Não precisa ficar nervoso”, disse Roriz. O petista riu.

Ficha Limpa em questão

Amanhã será um dia decisivo não apenas para o candidato do PSC, mas para as eleições deste ano. O STF vai decidir o futuro de Roriz sobre a constitucionalidade ou não da Lei da Ficha Limpa. E esse foi o assunto preferido pelos adversários de Roriz durante o debate da Record.

Roriz foi questionado se é favorável à lei. Respondeu que sim. “Sou favorável, só não acho que uma lei pode ser criada e retroagir para prejudicar alguém. Mas não sou contra a lei”, respondeu Roriz a Agnelo.

Aos ataques do adversário nanicos Eduardo Brandão, Roriz foi mais forte. “Se a Lei da Ficha Limpa valesse para falência, o senhor também não seria candidato”, atacou o ex-governador lembrando que o candidato do PV teve processo por falência fraudulenta de empresa familiar e só não foi impedido de ser candidato pela Lei da Ficha Limpa porque o crime já prescreveu.

Toninho também não deixou de dizer, em todos os blocos, pelo menos uma vez, que é a favor da Lei, contra a candidatura de Roriz e que foi o Psol o responsável por pedir tanto a cassação de Roriz no Senado – o que causou a renúncia – como a impugnação da candidatura de Roriz.

Plano B

Pela primeira vez em público, nomes foram dados como opção ao candidato Joaquim Roriz para que ele apontasse como o “plano B” caso não tenha parecer favorável no STF amanhã. “Seria o seu vice Jofran Frejat, sua filha Jaqueline Roriz, ou a deputada Eliana Pedrosa?”, indagou a jornalista. “Nenhum. Não tenho plano B e não pensei em substituição em nenhum momento”, respondeu Roriz.

Um casamento que deu o que falar

Agnelo também foi muito questionado sobre a aliança de 11 partidos para a disputa do GDF. “É uma aliança por Brasília”, defendeu o candidato. O casamento de partidos foi apontado por Eduardo Brandão como “oportunista” e “apenas para angariar tempo de TV”. Para Toninho, que criticou duramente o PT por ter se “desvirtuado”, a união entre Agnelo e Tadeu Filippelli (PMDB) é inaceitável. “Filippelli fez parte do governo Arruda. Está cheio de fichas sujas em seu palanque”, apontou o candidato do Psol.

O petista foi questionado por Toninho por ter chamado o vice de Roriz, Jofran Frejat, para ser seu vice. Agnelo havia acabado de criticar Frejat pela demissão de médicos – cubanos – do programa Saúde em Casa, quando foi surpreendido pela pergunta de Toninho. Mais uma vez, Agnelo não respondeu.

BLOG DO LÍVIO DI ARAÚJO

* Na verdade o que se viu foi um verdadeiro "show de horrores", para nós eleitores, é claro. E uma conclusão eu tirei ontem no debate da TV Record: a esquerda de Brasília não tem propostas para o DF e Entorno. E digo isso, não por ser rorizista, mas porque durante todos os debates e vendo os programas de TV dos candidatos do campo mais à esquerda, vi claramente a dificuldade que esses candidatos têm de elaborar e propor soluções para os problemas de Brasília. Parece que o fato de quase sempre terem sido oposição os contaminou de uma forma, que eles só sabem criticar. Se "matam" entre eles, um querendo ver o fim do outro. Criticam e batem em Roriz, quase que como se fosse algo pessoal. E copiam, praticamente, todas as propostas de Roriz. Não vi ontem nenhuma proposta da esquerda para os problemas do DF e quando surgiu algo, o candidato do PV, Eduardo Brandão, falando de criar, caso eleito, as chamadas Creches Casa, levei um susto, pois isso foi criado por Roriz em 1992 e existe até hoje. Os chamados LCD- Lares de Cuidados Diurnos, onde mães crecheiras recebem crianças em suas próprias casas e cuidam das mesmas, enquanto as mães trabalham. Agnelo, então, foge de todas as perguntas, opinião não só minha, mas de todos os jornalistas que cobriram o debate e escreveram a respeito. Treme muito, de insegurança e de medo, de que no meio do debate surja algo sobre as novas denúncias que recaem sobre ele. Toninho do Psol se firma como um candidato agressivo e isolado dentro do pleito e, pra variar, sem nenhuma proposta. A esquerda de Brasília, além de ser uma "colcha de retalhos", tamanha a sua desunião, também não tem propostas para os principais problemas enfrentados pelo DF e Entorno. Fato!

0 comentários:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.