Votos advindos do Entorno para o DF podem decidir eleição deste ano. Prefeitos das cidades do Entorno já declararam apoio a Roriz governador.


Pêndulo de votos entre DF e Entorno

As eleições no Distrito Federal vão ganhar um reforço de 186,5 mil novos eleitores em 2010. São pessoas que em 2006 não votavam na capital federal, mas desde então transferiram o título para Brasília. Desse total, 47,4 mil são de cidades do Entorno, o equivalente a 25,4%. Gente com uma certa particularidade, que vem votar no DF quando a eleição é aqui e costuma voltar para as cidades fronteiriças de Goiás e de Minas Gerais durante os pleitos municipais, realizados dois anos depois.

Levantamento do Ministério Público Eleitoral do DF com base em dados dos tribunais Superior Eleitoral (TSE) e Regional Eleitoral (TRE) obtido pelo Correio mostra com clareza o movimento pendular dos eleitores. As informações foram apuradas desde 1998 e confirmam o trânsito percebido durante as campanhas. Quando o processo é no Distrito Federal — o que ocorre de quatro em quatro anos —, a tendência é que um grupo de pessoas que vivem no Entorno transfira o domicílio eleitoral para a capital da República (veja quadro). Como em outubro deste ano haverá eleição para governador, senadores e deputados, Brasília recebeu a inscrição de 12.696 títulos procedentes de cidades próximas.

Somados às transferências do ano passado, que já refletem a intenção de eleitores vizinhos de participar do processo em Brasília, a migração chegou a 22.433. Quantitativo capaz de eleger dois deputados distritais ou até mesmo decidir a disputa ao governo. Em 2002, a diferença entre Joaquim Roriz (PSC) e Geraldo Magela (PT) a favor do ex-governador foi de apenas 15.778 votos. Sinal evidente de que o movimento retroage na entressafra eleitoral no DF pode ser observado em 2008. Naquele ano, 6.766 pessoas mudaram o domicílio do Entorno para cá, metade da quantidade registrada agora. Em ano de eleições para prefeito, o trânsito mais expressivo de títulos foi daqui para lá: 11.367.

De 1998 a 2010, esse movimento se repete sempre obedecendo a mesma lógica. O índice de transferência mais significativo foi registrado em 2004, durante eleições municipais no Entorno, quando 16.626 eleitores do Distrito Federal decidiram votar nas cidades goianas e mineiras limítrofes ao DF. Dois anos depois, foi a vez de 14.576 pessoas passarem o título para Brasília.

Estratégia de campanha

O território que Agnelo almeja pisar é uma região familiar para Joaquim Roriz, que tem muitos apoiadores em seu local de origem. O ex-governador tem o hábito de considerar até quatro pontos a mais a seu favor nas pesquisas de opinião feitas para compensar os votos do Entorno não contabilizados nas sondagens do DF. E sempre fez campanha com um discurso que interessa os moradores da região que circunda o quadrilátero. Neste ano, não tem sido diferente. Para atrair o público vizinho, Roriz promete ampliar o DF e incluir cidades do Entorno.

Boa parte dos deputados distritais criaram uma rotina de investimento político no Entorno para reforçar a performance de votação no DF. Em época de campanha municipal, os políticos daqui se colam a candidatos de lá. A retribuição ocorre dois anos depois, durante as eleições na capital da República. Esse tipo de acerto é claro em casos como os de Dr. Charles (PTB) e de Benedito Domingos (PP), que têm forte atuação em Águas Lindas de Goiás. Os dois ficaram tão próximos do processo na cidade goiana que chegaram a indicar nomes para as secretarias do município. Da mesma forma que deputados como Aylton Gomes e os suplentes Cláudio Abrantes (PPS) e Berinaldo Pontes (PP), que transitaram bastante em Planaltina de Goiás pelos idos de 2008. Dois anos depois, os distritais acreditam que o apoio dispensado aos vizinhos goianos deva render votos nas urnas do DF. Informações do Correio Braziliense.

Da redação Blog em 05/09/2010 08:02:06
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