Revista Veja faz reportagem sobre a futura governadora do DF, Weslian Roriz (PSC), e destaca vida voltada à família e ao catolicismo da candidata.


A procissão de Weslian Roriz
Substituta do marido, Joaquim Roriz, na disputa ao governo do DF, candidata vai à missa todos os dias e tem fama de durona

Luciana Marques

Em Brasília, Nossa Senhora Aparecida hospeda-se na casa da família Roriz. Na mansão onde moram Joaquim e a mulher, Weslian, que o substituiu na disputa ao governo do Distrito Federal (DF), enxerga-se, logo na entrada, um painel gigante da santa. A obra revela um dos principais traços da personalidade da candidata-sensação do final desta campanha: Weslian Roriz é temente a Deus.

Aqui embaixo, contudo, Pai-Nosso é o maridão. Na semana passada, ao perceber que poderia ter a candidatura cassada no Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Roriz, ex-governador de Brasília, lançou sua arma secreta. Empurrou oficialmente a candidatura para a mulher.

Aos 67 anos, Weslian Roriz precisou de poucas aparições públicas para chamar a atenção. Nos dois debates a que compareceu, uma trapalhada atrás da outra: errou nome de candidatos, esqueceu perguntas e trocou temas. As críticas não perturbaram a candidata. O temperamento de Weslian não permitiu que ela baixasse a cabeça. Sua filha Liliane confirma a personalidade forte da mãe: “Não pisa no pé dela não, porque ela é baixinha, mas é brava. Quando cisma com alguém, sai de perto. O ex-governador José Roberto Arruda morria de medo dela”.

Antes do súbito estrelato político, Weslian levava vida de madame. Preenchia seus dias com programas sociais e festinhas em casa. Sem álcool. Há mais de 20 anos, Maria Antônia Bragança frequenta a mansão: “Nos reunimos para rezar, contamos histórias, rimos muito. Para nós, tudo é farra, tudo é brincadeira”.

Mulher de fé

Maria Antônia descreve a amiga como “mulher de fé”. Weslian vai à missa todos os dias, assiste à TV Canção Nova, é amiga de padres e cardeais e doa dinheiro para igrejas de Brasília. Em sua casa, há uma coleção de santinhos e de livros religiosos. Em nome da fé, viajou para Aparecida do Norte, Jerusalém, Vaticano. Weslian também ora em um templo de sua fazenda em Luziânia (GO). “Ela não tem uma capela, mas quase uma Igreja”, descreve a filha Jaqueline.

A fazenda, aliás, também é de grandes dimensões. São produzidos lá 15 mil litros de leite por dia. Recentemente, Weslian decidiu construir uma fábrica de pão de queijo no terreno. “Ela testa a receita e oferece aos amigos, enquanto a empresa não é oficializada”, explica Liliane. A caçula da família diz que a mãe também é apaixonada por doce de caju. Além das filhas, a candidata criou uma menina com paralisia infantil, chamada Cleonice.

O cuidado com a aparência foi notado nos debates. “Ela está sempre com um brinco e com um cabelinho arrumado”, diz Jaqueline. A filha não esconde as cirurgias plásticas da mãe: “Claro que ela já colocou botox, mas não gosta mais. Acha que fica com o rosto paralisado”. Para manter a forma, a candidata pratica pilates todos os dias.

Weslian e Roriz conheceram-se há 50 anos, em uma festa à fantasia, e casaram-se um ano depois. Desde então, este é o lema da candidata: “Se não gostar do meu marido, não precisa gostar de mim”.

A união fez bem para a família de Weslian. Declarou o pai dela, Jorge Fidélis Pelles, quando Roriz foi governador do DF pela primeira vez, em 1988: “Até que enfim achei um capataz que cuidasse das minhas terras”. Pelles era dono de grande parte do terreno do Plano Piloto, antes da capital ser construída.  Caberá ao eleitor decidir se a beata Weslian do Perpétuo Socorro Pelles Roriz assumirá o comando do DF. 

Veja.com

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