Vexame na Câmara Legislativa
em 29/01/2010 às 8:29
Do Correio Braziliense desta sexta-feira (29): A reunião da CPI da Codeplan foi quase uma paródia da sessão extraordinária da última quarta-feira, em que o presidente interino da Câmara Legislativa, Cabo Patrício (PT), resolveu encerrar as atividades e adiar para a próxima semana a eleição do novo chefe da Casa Legislativa. A sessão de ontem foi aberta com denúncias, apimentada com insultos e encerrada intempestivamente, assim como ocorreu um dia antes. Mas ontem foi Batista das Cooperativas (PRP) quem conduziu os trabalhos na condição de vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, transferida uma vez mais sem que se resolvesse quem presidirá os trabalhos de investigação.
Batista das Cooperativas abriu a reunião da CPI, criada sob o argumento de investigar as denúncias de corrupção que vieram a público com a Operação Caixa de Pandora, com a missão governista de fazer o contra-ataque ao PT, que um dia antes terminou a sessão sem eleger o presidente da Câmara, dando assim mais tempo para as negociações em torno da troca de comando. Batista levou ao plenário recortes de reportagens e ameaçou relembrar denúncias contra Cabo Patrício e Paulo Tadeu.
Na quarta-feira, foi Patrício quem usou do expediente para atacar os governistas, lendo em plenário denúncia publicada na internet de que deputados da base teriam recebido R$ 4 milhões para livrar o governador José Roberto Arruda (sem partido) do impeachment. “Um homem de 37 anos deu uma birra, virou as costas para 19 distritais e foi embora. Isso não se faz”, provocou Batista. Patrício não esteve na Câmara ontem.
O grupo de investigações ficou ainda mais disperso com o anúncio de Eliana Pedrosa (DEM) de que sairia da CPI. A distrital disse que a desistência deve-se à preocupação com a proporcionalidade da composição da CPI, já que o colega de partido Geraldo Naves (DEM) entrou na vaga deixada por Alírio Neto (PPS).
A saída de Eliana, no entanto, indica o afastamento da deputada do grupo dentro da Câmara mais ligado a Arruda e a disposição da parlamentar em levar adiante sua candidatura à presidência da Casa, mesmo sem a aprovação do governador. Arruda trabalha para elevar à chefia do Legislativo Wilson Lima (PR). Mas foi surpreendido com a iniciativa do PT, que remarcou para a próxima terça-feira a eleição do presidente e deu, com isso, mais chances a Eliana.
Para complementar a contraofensiva governista, o distrital Geraldo Naves (DEM) leu uma nota de repúdio assinada, até o fim da sessão de ontem, por 11 deputados da base: “Patrício age em benefício próprio, pois impedindo a eleição por ele mesmo convocada no dia anterior, permanece na condução da Casa praticando atos atentatórios à dignidade e ao decoro”.
A resposta aos torpedos lançados pelos distritais que apoiam Arruda foram interceptados por Paulo Tadeu, representante da oposição na CPI da Codeplan. O petista chamou Batista das Cooperativas de cínico e comparou o colega a um capitão do mato, que “recebe do chefe maior determinação para punir, assassinar, desmoralizar”.
Quem ficou de fora do tiroteio, mas assistiu à pancadaria de camarote, acha que falta ambiente na Câmara para a condução dos trabalhos de investigação. “As denúncias de desvio de recursos públicos devem ser apuradas com rigor e esse trabalho não é compatível com uma troca de ofensas que em nada serve para o objetivo esperado pela população do Distrito Federal”, considerou José Antônio Reguffe (PDT).
Depois da batalha entre governo e oposição, a reunião da CPI foi fechada por Batista sem avançar em nada. Estão agendadas para hoje a escolha do quinto integrante da comissão e, em seguida, a eleição do distrital que vai presidir o grupo de investigações.
Em nota à imprensa alheia ao bombardeio dos governistas, Patrício avisou que a posse dos deputados suplentes, ansiosos com o ingresso na Câmara Legislativa, ocorrerá em “momento oportuno” que, segundo informa, virá a partir do funcionamento da Comissão de Constituição e Justiça e da Comissão Especial. A previsão para eles assumirem os trabalhos seria a próxima segunda-feira, mas — em vista da confusão instalada na Casa — não se sabe se isso ocorrerá. Depois da posse, Patrício vai receber dos novos integrantes os pedidos “por escrito de suas necessidades humanas e materiais para o exercício das atividades legislativas”.
em 29/01/2010 às 8:29
Do Correio Braziliense desta sexta-feira (29): A reunião da CPI da Codeplan foi quase uma paródia da sessão extraordinária da última quarta-feira, em que o presidente interino da Câmara Legislativa, Cabo Patrício (PT), resolveu encerrar as atividades e adiar para a próxima semana a eleição do novo chefe da Casa Legislativa. A sessão de ontem foi aberta com denúncias, apimentada com insultos e encerrada intempestivamente, assim como ocorreu um dia antes. Mas ontem foi Batista das Cooperativas (PRP) quem conduziu os trabalhos na condição de vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, transferida uma vez mais sem que se resolvesse quem presidirá os trabalhos de investigação.
Batista das Cooperativas abriu a reunião da CPI, criada sob o argumento de investigar as denúncias de corrupção que vieram a público com a Operação Caixa de Pandora, com a missão governista de fazer o contra-ataque ao PT, que um dia antes terminou a sessão sem eleger o presidente da Câmara, dando assim mais tempo para as negociações em torno da troca de comando. Batista levou ao plenário recortes de reportagens e ameaçou relembrar denúncias contra Cabo Patrício e Paulo Tadeu.
Na quarta-feira, foi Patrício quem usou do expediente para atacar os governistas, lendo em plenário denúncia publicada na internet de que deputados da base teriam recebido R$ 4 milhões para livrar o governador José Roberto Arruda (sem partido) do impeachment. “Um homem de 37 anos deu uma birra, virou as costas para 19 distritais e foi embora. Isso não se faz”, provocou Batista. Patrício não esteve na Câmara ontem.
O grupo de investigações ficou ainda mais disperso com o anúncio de Eliana Pedrosa (DEM) de que sairia da CPI. A distrital disse que a desistência deve-se à preocupação com a proporcionalidade da composição da CPI, já que o colega de partido Geraldo Naves (DEM) entrou na vaga deixada por Alírio Neto (PPS).
A saída de Eliana, no entanto, indica o afastamento da deputada do grupo dentro da Câmara mais ligado a Arruda e a disposição da parlamentar em levar adiante sua candidatura à presidência da Casa, mesmo sem a aprovação do governador. Arruda trabalha para elevar à chefia do Legislativo Wilson Lima (PR). Mas foi surpreendido com a iniciativa do PT, que remarcou para a próxima terça-feira a eleição do presidente e deu, com isso, mais chances a Eliana.
Para complementar a contraofensiva governista, o distrital Geraldo Naves (DEM) leu uma nota de repúdio assinada, até o fim da sessão de ontem, por 11 deputados da base: “Patrício age em benefício próprio, pois impedindo a eleição por ele mesmo convocada no dia anterior, permanece na condução da Casa praticando atos atentatórios à dignidade e ao decoro”.
A resposta aos torpedos lançados pelos distritais que apoiam Arruda foram interceptados por Paulo Tadeu, representante da oposição na CPI da Codeplan. O petista chamou Batista das Cooperativas de cínico e comparou o colega a um capitão do mato, que “recebe do chefe maior determinação para punir, assassinar, desmoralizar”.
Quem ficou de fora do tiroteio, mas assistiu à pancadaria de camarote, acha que falta ambiente na Câmara para a condução dos trabalhos de investigação. “As denúncias de desvio de recursos públicos devem ser apuradas com rigor e esse trabalho não é compatível com uma troca de ofensas que em nada serve para o objetivo esperado pela população do Distrito Federal”, considerou José Antônio Reguffe (PDT).
Depois da batalha entre governo e oposição, a reunião da CPI foi fechada por Batista sem avançar em nada. Estão agendadas para hoje a escolha do quinto integrante da comissão e, em seguida, a eleição do distrital que vai presidir o grupo de investigações.
Em nota à imprensa alheia ao bombardeio dos governistas, Patrício avisou que a posse dos deputados suplentes, ansiosos com o ingresso na Câmara Legislativa, ocorrerá em “momento oportuno” que, segundo informa, virá a partir do funcionamento da Comissão de Constituição e Justiça e da Comissão Especial. A previsão para eles assumirem os trabalhos seria a próxima segunda-feira, mas — em vista da confusão instalada na Casa — não se sabe se isso ocorrerá. Depois da posse, Patrício vai receber dos novos integrantes os pedidos “por escrito de suas necessidades humanas e materiais para o exercício das atividades legislativas”.
BLOG DA PAOLA LIMA
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