Manifesto de Roriz ao povo de Brasília
SOFISMAS - Me julgaram apegados às luzes dos holofotes, rasgaram a Constituição. Não sofri condenação.
Minha ficha é limpa e minha consciência mais limpa do que a consciência dos que me acusam sem provas; e até mesmo do que a de alguns juízes que me julgaram apenas com base em sofismas, muito mais apegados às luzes dos holofotes do que ao espírito das leis. Para isso valeu tudo: rasgaram a Constituição; jogou-se no lixo os princípios gerais do Direito; construíram interpretações, e, no meu caso particular, ignoraram que nunca foi aberto contra mim qualquer processo com base “quebra de decoro parlamentar” e jamais sofri condenação transitada em julgado em qualquer esfera do judiciário.
Do que me acusam? Nunca avancei sobre o patrimônio público, nunca sujei minha mão na lama onde chafurdam os corruptos que infelicitam Brasília e o Brasil. Meu patrimônio, graças a Deus, tem a marca da honradez de uma família que há mais de século nesta região fez do trabalho honesto seu meio de vida. Os artigos “ermos e gerais” que hoje hospedam o centro dos três poderes eram fazendas de meus pais e avós, onde, menino ainda, com os mais velhos, saía para o campeio, dormindo ao relento, comendo frugalmente, como todos os sertanejos de então, enfrentando as intempéries da natureza hostil, demorando às vezes mais que semana para a volta ao lar. Talvez, venham dessas raízes, esse apego e amor intenso por Brasília e nosso povo que me enche a alma e os sentidos, me tornando escravo do desejo de resgatá-la do caos em que se encontra, preparando-a para o futuro dos próximos 50 anos, com melhora radical na qualidade de vida de nossa gente, principalmente dos mais humildes, que sempre se constituíram na razão maior da minha vida pública.
Os elitistas chegam ao absurdo de dizerem que enchi Brasília de favelas, quando, na verdade, fiz aqui reforma urbana, erradicando favelas e dando dignidade, endereço e cidadania a centenas de milhares de famílias. De toda a imensidão de obra que construí, algumas gigantescas como a Ponte JK, o metrô e a Usina Hidrelétrica de Corumbá, a reforma urbana é a que mais me gratifica e envaidece.
Não posso mais ser candidato. Mas a eleição correrá em meu nome e o povo de Brasília me honrará, elegendo Governadora minha amada esposa, companheira de meio século, Dona Weslian Roriz, competente, honrada, humana e digna. Estarei com ela a cada minuto, da mesma forma que ela sempre esteve comigo, e foi a grande responsável pela alta dose de humanismo dos quatro períodos de governo que chefiei.
Peço ao povo que nos dê também maioria nas Câmaras Distrital e Federal, além de consagrar a eleição dos dois Senadores: Maria Abadia e Fraga. A vitória contra meus adversários me lavará a alma das injustiças que sofri, e fará com que eu não tenha que repetir o grito de revolta do grande humanista Camus: “O pior dos tormentos humanos é ser julgado sem lei.”
Brasília, setembro de 2010.
Joaquim Roriz
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