Laryssa Borges

Direto de Brasília

O candidato do PSC ao governo do Distrito Federal, Joaquim Roriz, decidiu nesta sexta-feira (24) renunciar a sua candidatura nas eleições de outubro. O ex-governador, que já ocupou por quatro vezes o Palácio do Buriti, abdicou de ser candidato após o impasse sobre a validade da Lei da Ficha Limpa promovido pelo Supremo Tribunal Federal nesta madrugada.

Após mais de 13 horas de discussão e votação, os magistrados não conseguiram chegar a um veredito quanto a validade e abrangência da Lei de Ficha Limpa.

A confirmação da desistência de Roriz foi feita pelo advogado do candidato, Pedro Gordilho. Ele disse que, apesar de confiar em uma futura vitória no Supremo Tribunal, Roriz não conseguia passar confiança ao eleitorado de que era candidato ao governo do DF.

Em seu lugar, deve concorrer ao Buriti a mulher do candidato desistente, Weslian. De acordo com Gordilho, as duas filhas do candidato, Jaqueline e Liliane, não foram apontadas como postulantes ao governo do DF por terem candidaturas próprias já encaminhadas ao pleito de outubro.

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, mesmo com a desistência da candidatura de Joaquim Roriz, sua foto continuará nas urnas eletrônicas no pleito de outubro. Isso porque o TRE-DF já lacrou todas as urnas. Desta forma, o eleitor votará no nome e foto de Joaquim Roriz e seus votos serão contados para a Coligação Esperança Renovada e a candidata Weslian.

A confirmação do nome de Weslian Roriz como candidata ainda terá de ser analisada pela Justiça Eleitoral. Entre outros quesitos, será preciso analisar a certidão criminal, o certificado de quitação eleitoral e a confirmação de um ano de filiação partidária e domicílio eleitoral no DF, antes do Poder Judiciário confirmar o registro da nova candidata.

De acordo com o advogado Eri Varela, ligado ao ex-governador Joaquim Roriz, a escolha por Weslian Roriz não significa que a esposa do agora ex-candidato será uma "laranja" rorizista no pleito de outubro. "Weslian é uma mulher decente, digna, o acompanhou a vida inteira, é ligada a causas sociais. De forma alguma é uma laranja. O que não pode é ter o laranja do presidente Lula no Supremo Tribunal Federal", disse o advogado, em referência ao impasse consolidado na madrugada dessa sexta.

Por cinco votos a três, o STF não conseguiu chegar a um veredito sobre a validade e abrangência da Lei da Ficha Limpa, adiando sua decisão final sobre a legalidade da candidatura de Roriz - que teve o registro negado por ter sido considerado pela Justiça um "ficha suja".

"A justiça tardia é uma injustiça. O STF, ao não decidir, perpetua a injustiça. O povo do DF não pode esperar", disse Varela. 

Portal Terra