Advogados de Roriz confirmam candidatura de Weslian Roriz (PSC) e aliados começam a chegar a residência do governador para anúncio da candidatura.


Roriz desiste de candidatura e lança a mulher no lugar, afirmam advogados
Segundo eles, decisão foi tomada após sessão do STF.
Tribunal decidiu suspender julgamento de recurso de Roriz.

Do G1, em Brasília

Dois advogados de Joaquim Roriz (PSC) - Pedro Gordilho e Eri Varela - confirmaram ao G1 que ele desistiu da candidatura ao governo do Distrito Federal. Para substituí-lo, segundo eles, será lançada a mulher do candidato, Weslian Roriz.

De acordo com Gordilho, Roriz e a direção do partido, avaliaram que Weslian tem "boas condições políticas" de prosseguir na campanha e "ter bons resultados" na eleição.

"Ele [Roriz] se valeu de uma norma da legislação eleitoral que permite a substituição da candidatura por outra", afirmou Gordilho. Segundo ele, o candidato a vice na chapa continuará sendo Jofran Frejat (PR), o mesmo de Joaquim Roriz.

Segundo Eri Varela, "Wesliam é uma mulher decente, digna, comprometida com as causas sociais, com os mais probres e vai perpetuar o lema do Roriz e irá para a urna com o nome do Roriz".

Roriz deverá conceder uma entrevista coletiva às 16h, na casa onde mora, em Brasília, para anunciar oficialmente a desistência da candidatura.

Ele teria tomado a decisão depois da sessão de julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que terminou na madrugada desta sexta (24). Ele apresentou um recurso contra decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que barrou a candidatura dele ao governo do Distrito Federal.

O TSE baseou a decisão na Lei da Ficha Limpa, que impede a candidatura de políticos com condenações em órgãos colegiados da Justiça ou que renunciaram ao mandato para escapar de processo de cassação. Em 2007 , Roriz renunciou ao mandato de senador antes que uma investigação fosse iniciada no Conselho de Ética do Senado.

O julgamento do STF terminou empatado em 5 a 5 - metade dos ministros se manifestou a favor da validade da Lei da Ficha Limpa na eleição deste ano e metade se posicionou contrária.

Diante do impasse, o tribunal decidiu suspender o julgamento por tempo indeterminado. A expectativa é que o STF volte a discutir o assunto na próxima semana.

O que diz a lei

A lei da inelegibilidade, 64/1990, permite a substituição dos candidatos que tiverem o registro indeferido. "É facultado ao partido político ou coligação que requerer o registro de candidato considerado inelegível dar-lhe substituto, mesmo que a decisão passada em julgado tenha sido proferida após o termo final do prazo de registro, caso em que a respectiva Comissão Executiva do Partido fará a escolha do candidato", diz o artigo 17.

A lei das eleições, 9.504/1997, acrescenta que também é possível a substituição no caso de renúncia à candidatura. O registro da nova candidatura deve ocorrer até dez dias depois da decisão judicial que deu origem à substituição.

Conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o prazo para pedir substituição é a véspera do pleito. O tribunal esclarece ainda que, caso as urnas já tenham sido lacradas, os eleitores votam no candidato anterior, mas os votos são computados para quem o substituiu.

Segundo a assessoria do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal, as urnas eletrônicas que serão usadas no dia 3 de outubro já foram lacradas. Dessa forma, mesmo com a eventual substituição de Roriz, a foto, o nome e o número dele aparecerão para o eleitor na hora de votar, mas o voto será computado para a nova candidata.

Quem for indicado para ocupar o lugar de Roriz na disputa pelo governo do DF também terá que comprovar que tem ficha limpa, além de preencher os demais requisitos de inelegibilidade, como a filiação partidária há pelo menos um ano e a regularidade do domicílio eleitoral. O pedido de registro de uma nova candidatura também terá de ser analisado pelo TRE-DF.

Portal G1

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