“Sou um candidato ficha limpa”
em 10/05/2010 às 11:32
Presidente regional do PTB, o senador Gim Argello trabalha pela candidatura de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República. Por isso, até toparia sair candidato ao Buriti e acabar oferecendo mais um palanque para a petista no Distrito Federal. E, se não for eleito, ainda conta com mais quatro anos do mandato no Senado que herdou de Joaquim Roriz (PSC). Aliás, em entrevista ao jornal O Distrital desta semana, Gim não esconde que uma opção que o agrada seria disputar a eleição de outubro como candidato de Roriz ao Senado. Confira os principais trechos da entrevista a seguir (para ler a edição inteira, clique aqui):
Os dois votos do PTB foram fundamentais para a vitória do peemedebista Rogério Rosso nas eleições indiretas para governador do Distrito Federal. Por que o partido o apoiou e qual a avaliação que o senhor está fazendo deste novo governo?
Gim Argello - Eu estou muito feliz com o apoio dado a Rogério Rosso. Rogério Rosso é um jovem brilhante da nossa cidade. Está mostrando a feição da nova Brasília. A feição que nós esperamos de um servidor público. Para o Distrito Federal como um todo é muito bom, a imagem, o esforço que ele está desprendendo – Rogério está trabalhando hoje 18 horas por Brasília. Você vê que a passagem dele pelo ministro Jorge Hage (Rosso foi à Controladoria Geral da União na quinta-feira entregar as contas do GDF para fiscalização do órgão) foi repleta de sucesso. Ele levou as prestações de contas, mostrou, abriu, está dando transparência às contas do governo, está com a disposição de acertar e está fazendo por onde.
Mas por que votar em outro nome se o PTB tinha candidato ao governo (o advogado Luiz Filipe Coelho)?
Gim - O Luiz Filipe é um grande nome nosso. Tanto que ele quanto o Estênio Campelo (que foi candidato a vice na chapa petebista) devem disputar a eleição proporcional. O PTB tinha candidatos excelentes, mas na hora de fechar a composição que resolveria o problema de Brasília, nós entendemos que era melhor não criarmos uma disputa, não criarmos uma disputa de segundo turno, porque nossa preocupação imediata era assegurar a governabilidade do Distrito Federal. Para passar essa transição de oito meses com muita responsabilidade.
E o PTB faz parte desta coligação de governo?
Gim - O PTB sempre apoia a governabilidade.
Mas também integra o GDF…
Gim – Nos perguntaram se o PTB tinha alguém para indicar, mas na verdade às estrelas do partido eu pedi, a todas elas, que disputassem a eleição. Porque o partido foi feito para disputar eleição. Mas para as posições que o governador precisar, nós temos quadros. O PTB, graças a Deus, é um partido que tem bons quadros técnicos e políticos no Distrito Federal.
E essa “colaboração” vale também para as eleições de outubro?
Gim - Não sei, acho que não.
O senhor vai ser candidato a governador do Distrito Federal em outubro?
Gim - Hoje eu te digo “eu sou candidato”. A que exatamente, ainda não sei. As pesquisas qualitativas vão dizer agora.
Deixa eu te revelar uns dados, uma coisa impressionante. Eu sou do grupo da coordenação da campanha da ex-ministra Dilma Roussef (PT). Sou o representante do meu partido no grupo. Aí eles fizeram uma avaliação de todos os integrantes deste grupo para saber o que cada um teria a oferecer à campanha, em termos de análise e conteúdo. Eles avaliaram que minha candidatura está crescendo, que eu estou em um dos melhores momentos da vida política, que o mundo político e a mídia reconhecem o trabalho que venho realizando. Eu consegui ocupar espaços. Ainda na avaliação deles, numa campanha atípica como a que teremos no Distrito Federal este ano, o que eu preciso melhorar é o manejo do conteúdo. Por que qual é a matriz absoluta desta eleição? O discurso da ética e da moralidade. E neste caso sou um candidato “ficha limpa”. Porque quando a gente chega a hora da verdade, eu nunca fui condenado a nada. Daí esta facilidade que eu tenho de responder ao eleitor.
Continuando a avaliação, eles acham que eu agreguei valor ao mandato de senador. Porque dos casos de suplentes do Distrito Federal eu sou o que mais ocupou espaço no cenário nacional – sou líder do meu partido há mais de um ano, sou primeiro vice-líder do governo.
E este ano ainda é o relator-geral do Orçamento da União para 2011…
Gim – Bom, neste caso, há mais de 60 anos o PTB não emplaca a relatoria do Orçamento da União porque este cargo só é dado a partidos grandes, e nós somos um partido médio. Então, eu só preciso manejar melhor meu conteúdo. O que significa isso: que tudo o que eu já fiz nesses três anos e meio de mandato ninguém conseguiu fazer. Tem senador aí que passou oito anos na Casa sem nunca aprovar um projeto. Eu já aprovei mais de 20. Além de todos os recursos que já consegui trazer para o Distrito Federal. Tudo isso já seria suficientes para mostrar um bom trabalho à população. Isso porque a cidade clama por quem dá resultados. E eu, neste momento, quem traz resultados e recursos para Brasília hoje sou eu. E mesmo antes de ser relator do Orçamento.
Por exemplo, na eleição passada, eu disse que o PTB faria dois deputados distritais e um federal. Ninguém acreditava, lembra? Pois fizemos (o federal Jofran Frejat e os distritais Cristiano Araújo e Dr. Charles). Dessa vez agora vamos fazer de quatro a cinco distritais. E dois federais pelo PTB.
Dois nomes para a Câmara dos Deputados é muita coisa para um só partido. Quem são os candidatos a federal do PTB?
Gim - Temos 14 nomes. Entre os que eu acho que serão eleitos estão Lurdinha Araújo (mãe do distrital Cristiano Araújo), (o radialista) Toninho Pop, (o empresário) Georgios Tzemos, (o ex-secretário de Cultura) Ricardo Marques, Paulinho do Pró-vida.
E para distrital?
Gim – Para distrital temos 105 nomes. Mas devemos lançar 70. O mais votado da próxima eleição em Brasília é Cristiano Araújo, disparado.
Com uma aposta dessa o senhor tem então um cenário promissor para ser candidato ao GDF, não é? O senhor vai oferecer o palanque para Dilma Roussef?
Gim – Palanque para Dilma eu vou oferecer onde quer que eu esteja. Mas não preciso de palanque para trabalhar pela ministra. Nós temos agendas políticas semanais. Semana passada, por exemplo, fizemos uma junto à Canção Nova. Na próxima semana já temos outro evento. Com isso eu acho que faço mais do que qualquer palanque. Porque eu acho que a Dilma vai fazer este país evoluir. Ela é muito competente, trabalhadora, simboliza o que eu penso que está preparado para o futuro deste país.
Agora o PTB trabalha com vários cenários para a minha candidatura. Primeiro cenário: sair candidato ao Governo do Distrito Federal. Segundo cenário: sair candidato ao governo com apoio do ex-governador Joaquim Roriz (PSC). Ser candidato a senador, na chapa de Roriz, pode ser outro cenário. E agora estou conversando com Agnelo (Queiroz, candidato petista ao GDF) que também pensa que poderíamos formar juntos um palanque para Dilma em Brasília. Não sei qual formato disso ainda.
Mas por que eu não discuto nenhum desses cenários mais a fundo? Porque quem tem prazo, não tem pressa. Eu tenho prazo. Eu ainda tenho 50 dias para definir. E para quem eu definir tende a eleição de Brasília.
Mas nós decidimos no partido, a meu pedido, que só vamos tirar uma posição a partir do dia 10 de junho. Por que isso? Para ver o quadro eleitoral. O quadro de Brasília hoje não é um quadro definido. Então ninguém pode me cobrar uma decisão. Decisão de quê? Eu não faço isso de brincadeira. Eu sou responsável por centenas de candidatos. Então eu estou procurando uma via clara para caminhar. Mas me atraem muito, eu não posso negar, dois desses cenários: ser candidato a governador ou disputar o Senado na chapa de Joaquim Roriz.
O nosso partido está sendo muito procurado também, e eu estou escutando muito, o Palácio do Planalto. Eu estou trabalhando muito para levar o PTB como um todo para a campanha da Dilma.
Como fica essa situação no partido? Porque o senhor trabalha, já há algum tempo, pela candidatura da Dilma e o presidente nacional do partido, Roberto Jefferson, trabalha do outro lado pela candidatura do tucano José Serra. Como isso vai ser resolvido?
Gim – Eu ouvi uma frase bacana outro dia, quando discutíamos isso, ele me disse “Gim, nós estamos tensionando, né?”. Mas estamos tensionando com muita ternura. Porque ele trabalha todos os dias para puxar o diretório para o Serra. E eu trabalho todos os dias para puxá-lo para a Dilma. A nossa contabilidade tem dia que está melhor para ele, tem dia que está melhor para mim. E estamos fazendo isso com muita determinação, cada um de um lado. Estamos lutando espaço por espaço.
Mas essa “guerra” terá data para terminar e vencedor. Ou o PTB estuda uma possibilidade de se manter neutro e liberar os estados, a exemplo do que já fez o PP?
Gim – Sim, tem data. Mas o PTB não vai ficar neutro. O PTB vai tomar partido. E eu vou trabalhar para que seja pela Dilma.
Voltando à esfera local, o PTB conseguiu ficar de fora das denúncias da Operação Caixa de Pandora, deflagrada no ano passado. Mas no depoimento dado à Comissão de Ética da Câmara Legislativa na semana passada, o ex-secretário Durval Barbosa citou o distrital Dr. Charles como um dos envolvidos no suposto esquema de propina do GDF. Como o partido viu esta denúncia?
Gim – Como presidente do partido eu digo que acredito na inocência do Charles, isso já está comprovado. E eu acredito que isso foi uma tentativa de colocar culpabilidade em quem não tem. A Câmara Legislativa, o Poder Legislativo foi atingido como um todo. O Poder Executivo local também foi atingido. Isso foi muito ruim para a democracia. Havia nomes se destacando que hoje preferem nem serem lembrados pelo eleitor. A realidade é que você tem de fazer política com ética, com transparência, e você não pode acreditar quando tentam enlamear pessoas que só fazem trabalhar. E quem sabe fazer essa diferença neste momento? O eleitor. Ele é sábio neste momento. Ainda mais em Brasília onde o eleitor é politizado e todo mundo sabe de tudo o que acontece neste cenário.
O senhor acha que esta vai ser uma eleição atípica no Distrito Federal?
Gim – Sim, com certeza. A gestão do ex-governador José Roberto Arruda estava sendo maravilhosa. Mas agora isso não ser considerado na eleição. Agora qual será o critério de avaliação do eleitor? Teremos de pensar o que nós queremos da nossa cidade – educação, segurança, emprego, atendimento de saúde digno, transporte. Agora como vamos conquistar tudo isso outra vez? Escolher quem vai ter a capacidade de realizar isso a partir de agora será o grande desafio desta eleição. Quem vai cuidar disso com transparência, com honestidade? Os moradores de Brasília foram chamados a pensar nisso, a participar. O que é muito bom. Vai se destacar quem realmente trabalha. Tem muita gente que fez a vida pública em cima do discurso da ética e quando passou pelo executivo não deixou saudades.
em 10/05/2010 às 11:32
Presidente regional do PTB, o senador Gim Argello trabalha pela candidatura de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República. Por isso, até toparia sair candidato ao Buriti e acabar oferecendo mais um palanque para a petista no Distrito Federal. E, se não for eleito, ainda conta com mais quatro anos do mandato no Senado que herdou de Joaquim Roriz (PSC). Aliás, em entrevista ao jornal O Distrital desta semana, Gim não esconde que uma opção que o agrada seria disputar a eleição de outubro como candidato de Roriz ao Senado. Confira os principais trechos da entrevista a seguir (para ler a edição inteira, clique aqui):
Os dois votos do PTB foram fundamentais para a vitória do peemedebista Rogério Rosso nas eleições indiretas para governador do Distrito Federal. Por que o partido o apoiou e qual a avaliação que o senhor está fazendo deste novo governo?
Gim Argello - Eu estou muito feliz com o apoio dado a Rogério Rosso. Rogério Rosso é um jovem brilhante da nossa cidade. Está mostrando a feição da nova Brasília. A feição que nós esperamos de um servidor público. Para o Distrito Federal como um todo é muito bom, a imagem, o esforço que ele está desprendendo – Rogério está trabalhando hoje 18 horas por Brasília. Você vê que a passagem dele pelo ministro Jorge Hage (Rosso foi à Controladoria Geral da União na quinta-feira entregar as contas do GDF para fiscalização do órgão) foi repleta de sucesso. Ele levou as prestações de contas, mostrou, abriu, está dando transparência às contas do governo, está com a disposição de acertar e está fazendo por onde.
Mas por que votar em outro nome se o PTB tinha candidato ao governo (o advogado Luiz Filipe Coelho)?
Gim - O Luiz Filipe é um grande nome nosso. Tanto que ele quanto o Estênio Campelo (que foi candidato a vice na chapa petebista) devem disputar a eleição proporcional. O PTB tinha candidatos excelentes, mas na hora de fechar a composição que resolveria o problema de Brasília, nós entendemos que era melhor não criarmos uma disputa, não criarmos uma disputa de segundo turno, porque nossa preocupação imediata era assegurar a governabilidade do Distrito Federal. Para passar essa transição de oito meses com muita responsabilidade.
E o PTB faz parte desta coligação de governo?
Gim - O PTB sempre apoia a governabilidade.
Mas também integra o GDF…
Gim – Nos perguntaram se o PTB tinha alguém para indicar, mas na verdade às estrelas do partido eu pedi, a todas elas, que disputassem a eleição. Porque o partido foi feito para disputar eleição. Mas para as posições que o governador precisar, nós temos quadros. O PTB, graças a Deus, é um partido que tem bons quadros técnicos e políticos no Distrito Federal.
E essa “colaboração” vale também para as eleições de outubro?
Gim - Não sei, acho que não.
O senhor vai ser candidato a governador do Distrito Federal em outubro?
Gim - Hoje eu te digo “eu sou candidato”. A que exatamente, ainda não sei. As pesquisas qualitativas vão dizer agora.
Deixa eu te revelar uns dados, uma coisa impressionante. Eu sou do grupo da coordenação da campanha da ex-ministra Dilma Roussef (PT). Sou o representante do meu partido no grupo. Aí eles fizeram uma avaliação de todos os integrantes deste grupo para saber o que cada um teria a oferecer à campanha, em termos de análise e conteúdo. Eles avaliaram que minha candidatura está crescendo, que eu estou em um dos melhores momentos da vida política, que o mundo político e a mídia reconhecem o trabalho que venho realizando. Eu consegui ocupar espaços. Ainda na avaliação deles, numa campanha atípica como a que teremos no Distrito Federal este ano, o que eu preciso melhorar é o manejo do conteúdo. Por que qual é a matriz absoluta desta eleição? O discurso da ética e da moralidade. E neste caso sou um candidato “ficha limpa”. Porque quando a gente chega a hora da verdade, eu nunca fui condenado a nada. Daí esta facilidade que eu tenho de responder ao eleitor.
Continuando a avaliação, eles acham que eu agreguei valor ao mandato de senador. Porque dos casos de suplentes do Distrito Federal eu sou o que mais ocupou espaço no cenário nacional – sou líder do meu partido há mais de um ano, sou primeiro vice-líder do governo.
E este ano ainda é o relator-geral do Orçamento da União para 2011…
Gim – Bom, neste caso, há mais de 60 anos o PTB não emplaca a relatoria do Orçamento da União porque este cargo só é dado a partidos grandes, e nós somos um partido médio. Então, eu só preciso manejar melhor meu conteúdo. O que significa isso: que tudo o que eu já fiz nesses três anos e meio de mandato ninguém conseguiu fazer. Tem senador aí que passou oito anos na Casa sem nunca aprovar um projeto. Eu já aprovei mais de 20. Além de todos os recursos que já consegui trazer para o Distrito Federal. Tudo isso já seria suficientes para mostrar um bom trabalho à população. Isso porque a cidade clama por quem dá resultados. E eu, neste momento, quem traz resultados e recursos para Brasília hoje sou eu. E mesmo antes de ser relator do Orçamento.
Por exemplo, na eleição passada, eu disse que o PTB faria dois deputados distritais e um federal. Ninguém acreditava, lembra? Pois fizemos (o federal Jofran Frejat e os distritais Cristiano Araújo e Dr. Charles). Dessa vez agora vamos fazer de quatro a cinco distritais. E dois federais pelo PTB.
Dois nomes para a Câmara dos Deputados é muita coisa para um só partido. Quem são os candidatos a federal do PTB?
Gim - Temos 14 nomes. Entre os que eu acho que serão eleitos estão Lurdinha Araújo (mãe do distrital Cristiano Araújo), (o radialista) Toninho Pop, (o empresário) Georgios Tzemos, (o ex-secretário de Cultura) Ricardo Marques, Paulinho do Pró-vida.
E para distrital?
Gim – Para distrital temos 105 nomes. Mas devemos lançar 70. O mais votado da próxima eleição em Brasília é Cristiano Araújo, disparado.
Com uma aposta dessa o senhor tem então um cenário promissor para ser candidato ao GDF, não é? O senhor vai oferecer o palanque para Dilma Roussef?
Gim – Palanque para Dilma eu vou oferecer onde quer que eu esteja. Mas não preciso de palanque para trabalhar pela ministra. Nós temos agendas políticas semanais. Semana passada, por exemplo, fizemos uma junto à Canção Nova. Na próxima semana já temos outro evento. Com isso eu acho que faço mais do que qualquer palanque. Porque eu acho que a Dilma vai fazer este país evoluir. Ela é muito competente, trabalhadora, simboliza o que eu penso que está preparado para o futuro deste país.
Agora o PTB trabalha com vários cenários para a minha candidatura. Primeiro cenário: sair candidato ao Governo do Distrito Federal. Segundo cenário: sair candidato ao governo com apoio do ex-governador Joaquim Roriz (PSC). Ser candidato a senador, na chapa de Roriz, pode ser outro cenário. E agora estou conversando com Agnelo (Queiroz, candidato petista ao GDF) que também pensa que poderíamos formar juntos um palanque para Dilma em Brasília. Não sei qual formato disso ainda.
Mas por que eu não discuto nenhum desses cenários mais a fundo? Porque quem tem prazo, não tem pressa. Eu tenho prazo. Eu ainda tenho 50 dias para definir. E para quem eu definir tende a eleição de Brasília.
Mas nós decidimos no partido, a meu pedido, que só vamos tirar uma posição a partir do dia 10 de junho. Por que isso? Para ver o quadro eleitoral. O quadro de Brasília hoje não é um quadro definido. Então ninguém pode me cobrar uma decisão. Decisão de quê? Eu não faço isso de brincadeira. Eu sou responsável por centenas de candidatos. Então eu estou procurando uma via clara para caminhar. Mas me atraem muito, eu não posso negar, dois desses cenários: ser candidato a governador ou disputar o Senado na chapa de Joaquim Roriz.
O nosso partido está sendo muito procurado também, e eu estou escutando muito, o Palácio do Planalto. Eu estou trabalhando muito para levar o PTB como um todo para a campanha da Dilma.
Como fica essa situação no partido? Porque o senhor trabalha, já há algum tempo, pela candidatura da Dilma e o presidente nacional do partido, Roberto Jefferson, trabalha do outro lado pela candidatura do tucano José Serra. Como isso vai ser resolvido?
Gim – Eu ouvi uma frase bacana outro dia, quando discutíamos isso, ele me disse “Gim, nós estamos tensionando, né?”. Mas estamos tensionando com muita ternura. Porque ele trabalha todos os dias para puxar o diretório para o Serra. E eu trabalho todos os dias para puxá-lo para a Dilma. A nossa contabilidade tem dia que está melhor para ele, tem dia que está melhor para mim. E estamos fazendo isso com muita determinação, cada um de um lado. Estamos lutando espaço por espaço.
Mas essa “guerra” terá data para terminar e vencedor. Ou o PTB estuda uma possibilidade de se manter neutro e liberar os estados, a exemplo do que já fez o PP?
Gim – Sim, tem data. Mas o PTB não vai ficar neutro. O PTB vai tomar partido. E eu vou trabalhar para que seja pela Dilma.
Voltando à esfera local, o PTB conseguiu ficar de fora das denúncias da Operação Caixa de Pandora, deflagrada no ano passado. Mas no depoimento dado à Comissão de Ética da Câmara Legislativa na semana passada, o ex-secretário Durval Barbosa citou o distrital Dr. Charles como um dos envolvidos no suposto esquema de propina do GDF. Como o partido viu esta denúncia?
Gim – Como presidente do partido eu digo que acredito na inocência do Charles, isso já está comprovado. E eu acredito que isso foi uma tentativa de colocar culpabilidade em quem não tem. A Câmara Legislativa, o Poder Legislativo foi atingido como um todo. O Poder Executivo local também foi atingido. Isso foi muito ruim para a democracia. Havia nomes se destacando que hoje preferem nem serem lembrados pelo eleitor. A realidade é que você tem de fazer política com ética, com transparência, e você não pode acreditar quando tentam enlamear pessoas que só fazem trabalhar. E quem sabe fazer essa diferença neste momento? O eleitor. Ele é sábio neste momento. Ainda mais em Brasília onde o eleitor é politizado e todo mundo sabe de tudo o que acontece neste cenário.
O senhor acha que esta vai ser uma eleição atípica no Distrito Federal?
Gim – Sim, com certeza. A gestão do ex-governador José Roberto Arruda estava sendo maravilhosa. Mas agora isso não ser considerado na eleição. Agora qual será o critério de avaliação do eleitor? Teremos de pensar o que nós queremos da nossa cidade – educação, segurança, emprego, atendimento de saúde digno, transporte. Agora como vamos conquistar tudo isso outra vez? Escolher quem vai ter a capacidade de realizar isso a partir de agora será o grande desafio desta eleição. Quem vai cuidar disso com transparência, com honestidade? Os moradores de Brasília foram chamados a pensar nisso, a participar. O que é muito bom. Vai se destacar quem realmente trabalha. Tem muita gente que fez a vida pública em cima do discurso da ética e quando passou pelo executivo não deixou saudades.
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